68 - doença do legionário
13 de Maio de 2006
Poderia escrever um «post» estilo: Portugal no seu melhor, a propósito dum «monumento» que corta uma estrada (ampliem, as imagens por favor), não o farei, interessa-me mais analisar a placa que está no «monumento».
Como historiador não farei juízos de valor sobre o passado, a história da Guerra Civil espanhola é conhecida e não incomodarei, ninguém, com isso.
Que uma das figuras mais destacadas do franquismo se tenha espatifado em território da república portuguesa não me causa nenhuma comoção, que hoje passados 70 anos do «espatifanço» exista uma estrada com uma pedra estacionada a meio da via por causa dum senhor que se opunha ilegitamente a um governo democraticamente eleito, diz-me muito do povo que somos, da dificuldade que temos em lidar com a verdadeira democracia.
4 Comments:
Não consegui ler a placa, mesmo depois de ampliar a fotofrafia (aceito que sejam problemas da minha visão).
Não li, mas vi e não acreditei!!!
Quem é o Presidente de junta dessa localidade? Quem é o Presidente de Câmara? onde pára a população dessa terra que nada faz???
A minha alma está pasma!!!
Tratava-se do General Sanjurjo, figura-chave da sublevação que começara dois dias antes e viria a entronizar, por entre um mar de sangue, Francisco Franco como caudillo de Espanha.
O Marquês do Rif estava exilado no Estoril, castigado pela sua participação no fracassado golpe de Sevilha, em 32. Reconhecido como chefe natural por todos os militares descontentes com a vitória eleitoral da esquerda em 36, Sanjurjo fazia a ponte e limava arestas entre a facção carlista e os falangistas. O voo tinha por destino Burgos, onde o general seria recebido pelas legiões de Franco como líder da revolta. Segundo o relato do piloto, que sobreviveu, o peso excessivo que terá condenado a aeronave deveu-se à mala carregada de uniformes de gala que Sanjurjo tinha por indispensável ao seu desembarque em glória. (a vaidade mata)
Passados tantos anos, este acidente ainda causa polémicas e alimenta especulações. Ter-se-á tratado de um assassínio, ordenado por Franco? E como decorreria a História espanhola subsequente se o general tivesse alcançado Burgos? Pensaria Sanjurjo entregar o poder à Casa Real, mal a revolta triunfasse?
Já foram Presidentes da Câmara depois do 25 de Abril (começando pelo actual):
António Capucho (PSD)
José Luís Judas (PS)
Georges Dragent (PSD)
(os outros não sei)
quanto ao "calhau", José Luís Judas (ex-PCP), que tanto deixou urbanizar, podia tê-lo usado como cascalho numa qualquer obra...
Pedro, gostei da história curiosa que aqui contas. Mais ainda da forma que escolheste para a contar.
Quanto ás fotos, vejo que tens mesmo muito jeito para a coisa. Parabéns.
Saudações aqui desde Vendas Novas.
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