41 - quando eu morrer
«Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!
Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.»
Mário de Sá Carneiro
[A fotografia é minha, a ideia também. É arriscado fazer humor com a morte como Mário fez, como eu estou a fazer. Espero que ninguém se sinta melindrado, rirmo-nos de nós próprios é o exercício mais saudável que conheço.]
5 Comments:
quanto mais não seja, porque é melhor rirmo-nos que chorarmos...
Os surrealistas sempre brincaram com a morte. Como a vida também é surrealista, deve fazer sentido. Em teoria, todos a naturalizamos. Na prática, tememos mais a de quem amamos que a nossa. Mas é tão inevitável que é melhor que nos rendamos à beleza das palavras ou das imagens. E para fazer humor com a morte, nada melhor que ver as animações de Tim Burton...
Maria,
A intenção não era (não é) ridicularizar a morte.
A morte, como a vida não é ridícula [utilizo a palavra ridícula no sentido de atribuir pouco valor, considerar insignificante].
Esta fotografia considerei-a publicável por uma razão muito simples... o «Aqui Jazz».
Aprecio, esteticamente, a obra de Tim Burton, confesso que não assisti nem à "Fábrica de Chocolate" nem à "Noiva Cadáver", mas, o "Eduardo Mãos-de-Tesoura" foi (é) um filme inesquecível.
Pela sua qualidade e por retratar/ilustrar um tema/assunto que muito me toca o fenómeno da diferença e da inclusão.
Pedro,
Já ouviste estes versos entoados pelos Trovante? Divinal!
PS - O filme "A Fábrica do Chocolate" está muito interessante (e pedagógico).
Já, psac e concordo contigo.
Quanto à fábrica de chocolate a pedido de várias famílias, vou tentar ver.
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