sexta-feira, junho 23, 2006

79 - um pardal na minha janela

Pontinha
Abril de 2006

Às vezes os pardais chegam e temos as janelas fechadas, outras irrompem em bandos à solta e a ternura volta falam-nos do homem novo voltamos a ser putos a aprenderem a ser homens.

quinta-feira, junho 22, 2006

78 - rinoceronte bebé

Lisboa
13 de Junho de 2006
Nos anos oitenta havia um ex-polícia que afirmava:
Acredito que sim, que os russos gostam dos filhos...
Acredito que a paz e a coexistência são possíveis... acredito, porque vi um rinoceronte a ser amamentado, em Lisboa.

77 - fontes

Praia do Ribatejo
Abril de 2006

«Ó rama, ó que linda rama,
Ó rama da oliveira
O meu par é o mais lindo
Que anda aqui na roda interia

Que anda aqui na roda inteira
Aqui e em qualquer lugar
Ó rama, ó que linda rama
O rama do olival.

Gosto muito de ouvir
Cantar a quem aprendeu
Se houvera quem me ensinasse
Quem aprendia era eu

Não invejo a quem tem
Carros, parelhas e montes
Só invejo a quem bebe
A água em todas as fontes

Minha alma já viu mil montes
Vales perdidos na serra
Só não viu rinocerontes
Iguais aos da nossa terra.»


domingo, junho 18, 2006

76 - ...já perdi o teu voar

Lisboa
18 de Junho de 2006 (hoje)

Hoje amanheci cedo, outros vestem roupas de ver a Deus, eu, nos domingos, em Lisboa, visto sempre a mesma roupa, visito sempre o mesmo homem, Antão, santo antão, hei-de perceber-te, a ti e às tuas tentações ... «não nos deixeis cair em tentação» ... sabes muito bem que és a minha tentação, tu, o tríptico, as tuas cinco partes pintadas (pentágono) ...

Supostamente, este é um «blog» de fotografias, mas, como poderei pensar em fotografias depois da conversa que tive com o pombo, com aquele pombo...

Convidei-o para o pequeno-almoço, ele aceitou [confesso que não esperava, Sepúlveda, Luís Sepúlveda chama aos pombos; "ratazanas com asas", às vezes concordo contigo, Luís] dizia eu, tomei café com um pombo e falamos de arte, falei-lhe disto ... disse-me aquilo que eu suspeitava; para se perceber o tríptico temos de olhá-lo, vê-lo atrás... Jesus não morreu na Páscoa...

(continua)


quinta-feira, junho 15, 2006

75 - os meus cabritos (têm olhos azuis)

Portela de Santa Margarida (Constância)
11 de Junho de 2006
Os meus cabritos, na verdade, os cabritos dos papás não têm os olhos azuis, mas, parece que têm.
Na vida quantas coisas não parecem o que não são...
Uns olham uns animais brincalhões, outros vêem refeições.
Uma mão acaricia-o («post» anterior), outra empunha a faca que o irá matar...


sexta-feira, junho 09, 2006

74 - a minha mão esquerda

Portela de Santa Margarida (Constância)
anos 90 (milénio passado)

segunda-feira, junho 05, 2006

73 - optimismo (ou como se diz agora: positivismo)

Abrantes
anos 90 (milénio passado)

Onde está o optimismo?

Parece-me uma boa maneira de começar a semana, estes corpos que ali repousam têm uma vista espectacular para o Tejo e para os campos que o ladeiam.

Podem olhar, também, o hospital, o que não deixa de ser irónico, como se os médicos (enfermeiros e tal) se sentissem, permanentemente, vigiados por alguém que sabe o que existe para além da vida (se existe).

Optimismo é conduzirmo-nos de modo a que a nossa vida seja plena, para que quando nos deitarmos a olhar o Tejo possamos pensar que não foi em vão...

Boa semana.


domingo, junho 04, 2006

72 - cow parada (a olhar-me)

Portela de Santa Margarida, Constância
25 de Março de 2006
Fnac?
Sim, vivemos tempo em que as vacas têm de ser patrocinadas ou pelo governo ou por privados.
Esta vaca que pasta livre dessas preocupações só está aqui, linda e visível porque uma menina da Fnac desenrolou, carinhosamente, um rolo de fotografias e transformou aquela tira negra em cor, em flor, em rio, enfim, em vaca...
É verdade que paguei, mas, se não há almoços grátis, muito menos existem vacas à borla.
desde 2006.05.24
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